Na ilustração, a constelação do Corvo está destacada e assinalada textualmente |
Dados da constelação:
Abreviatura oficial: Crv
Genitivo usado para formar o nome das estrelas: Corvi
Possível de se observar na totalidade entre as latitudes: 65°N – 90°S
Possível de se observar parcialmente entre as latitudes: 78°N – 65°N
Culminação à meia-noite - data em que passa mais tempo visível à noite: 28 Mar
Constelação bastante fácil de se localizar, por apresentar dimensões reduzidas e ser constituída por estrelas relativamente brilhantes, podemos encontrar o Corvo a Sul de Virgem e Leão.
Representava, para os Gregos, o corvo do deus Apolo. Segundo a lenda, Apolo tinha ordenado à sua ave de estimação que fosse buscar água de uma nascente distante, numa Taça ( representada pela constelação de Crater ). No entanto, o corvo encontrou no caminho uma figueira e não resistiu a comer os figos, pelo que pousou e aguardou durante alguns dias para que os frutos amadurecessem. Quando chegou à nascente, ao ver uma cobra de água lembrou-se de engendrar uma desculpa para justificar a sua demora: contou a Apolo que a presença da cobra o obrigara a esperar para recolher a água. O poder de ver através da mentira era característico deste deus grego pelo que, como castigo, colocou o Corvo, a Hidra ( a cobra de água ) e a Taça no céu, dando ordens à cobra para nunca deixar que o corvo alcançasse a água, de forma a sentir sede eternamente.
Objectos celestes mais notáveis:
- NGC 4038 + NGC 4039 - duas galáxias em interacção, também conhecidas como Galáxias das Antenas por apresentarem, quando observadas com telescópios de abertura média/superior, dois longos filamentos de estrelas que se estendem pelo Espaço, fazendo lembrar longas antenas de um insecto. Apresentam uma Mag. ( global ) de 10.3 , sendo bastante difíceis de se observar com telescópios modestos.
- NGC 4361 - uma nebulosa planetária de Mag. 10.9 , muito difícil de se observar com telescópios modestos.
Localizem-se as estrelas e objectos celestes da constelação no mapa:
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Mapa com fundo branco
Se está a fazer observações do céu enquanto consulta esta página, desaconselha-se a visualização do mapa abaixo ( não clique na imagem ); a exposição a uma imagem tão clara fá-lo-á perder temporariamente a adaptação dos olhos à obscuridade, reduzindo a capacidade de distinguir pormenores mais finos. Esta adaptação, com o intuito de obter a melhor visão nocturna possível, é essencial nas observações astronómicas e demora cerca de 20-30 minutos a alcançar. A exposição à luz ( ou a um fundo branco ) reverte o processo de forma imediata, obrigando-o a esperar algum tempo para que os seus olhos se adaptem novamente à obscuridade.
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As estrelas mais brilhantes do Corvo desenham um asterismo famoso:
- β (Beta) + γ (Gama) + δ (Delta) + ε (Épsilon) - formam um desenho conhecido como a Vela.
Estrelas mais notáveis:
- α (Alfa), tem o nome próprio Alchiba ou Alchita, do árabe, referindo-se à constelação como um todo, significando " tenda ", figura que a cultura árabe mais antiga via desenhada pelas estrelas desta constelação. Apesar de ter sido associada por Bayer à primeira letra do alfabeto grego ( Alfa ), não é a estrela mais brilhante da constelação. Na verdade, apesar de ser habitual referir-se que o método adoptado pelo astrónomo alemão, e seguido por astrónomos posteriores, consistia na ordenação das estrelas de cada constelação por ordem de brilho, em rigor o processo não era tão linear assim. É uma anã amarelada de Magnitude 4.0 , a apenas 48 anos-luz de distância.
- β (Beta), tem o nome próprio Kras ou Kraz, denominação moderna, embora envolta em mistério. Alguns autores defendem que a palavra pretende ilustrar as vocalizações de um corvo. É uma gigante amarela de Mag. de 2.6 .
- γ (Gama), tem o nome próprio Gienah, de uma expressão árabe que refere " a asa " ( do corvo ); por partilhar exactamente o mesmo nome próprio com a estrela Épsilon da constelação do Cisne, a Gama do Corvo é muitas vezes referida como Gienah Corvi para que não se confundam ambas. É uma gigante azul-esbranquiçada e, na verdade, a estrela mais brilhante da constelação, com uma Mag. de 2.59 .
- δ (Delta), tem o nome próprio Algorab, do árabe significando, precisamente, " Corvo ", embora a denominação original tenha sido atribuída, não à estrela Delta, mas à Gama da constelação. É uma dupla física ( a proximidade entre as componentes é real ), muito bela de se observar com instrumentos modestos, de Mag. ( global ) 2.9 . O par encontra-se a cerca de 88 anos-luz de nós.
Algorab ( Delta Corvi ) |
- η (Eta), é uma anã branca de Mag. 4.3 , a apenas 60 anos-luz de distância.
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