Na ilustração, dominada pela figura de Hércules, a constelação da Coroa Boreal observa-se do lado direito, destacada e identificada textualmente |
Dados da constelação:
Abreviatura oficial: CrB
Genitivo usado para formar o nome das estrelas: Coronae Borealis
Possível de se observar na totalidade entre as latitudes: 90°N – 50°S
Possível de se observar parcialmente entre as latitudes: 50°S – 64°S
Culminação à meia-noite - data em que passa mais tempo visível à noite: 19 Mai
De origem antiga, a Coroa Boreal é muito fácil de se localizar no céu, devido a apresentar o formato inconfundível de um semicírculo desenhado por estrelas brilhantes; procure-se a sua estrela principal nas imediações da constelação vizinha, Boötes - esta última é simples de se encontrar bastando para isso identificar Arcturus, uma das estrelas mais brilhantes do céu, apontada pela cauda da Ursa Maior.
Apesar de a lenda grega associada ser algo confusa, por conter vários mitos que se entrecruzam e que possuem paralelismos com várias outras semelhantes, a versão mais difundida refere que a Coroa Boreal pertencia a Ariadne, filha do rei de Creta, Minos. Após a derrota de Atenas frente a Creta, a cidade-estado foi obrigada a pagar tributo na forma de jovens atenienses, que eram entregues no lendário Labirinto do Minotauro para serem devorados pelo monstro. Teseu viaja até Creta com o fim de matar o Minotauro e é ajudado por Ariadne, que se havia apaixonado por ele. O herói mítico acaba por conseguir cumprir a sua missão e embarca para Atenas com a princesa. No entanto, ao fazerem escala na Ilha de Naxos, Ariadne é tomada como esposa por Dionísio. As versões da lenda variam neste ponto, sobre a razão da permanência, ou abandono, de Ariadne e do noivado com o deus grego - algumas baseiam-se na crença de que Teseu não pretenderia casar com a filha de Minos, tendo-lhe prometido que o faria apenas para que a princesa o ajudasse a ter êxito contra o Minotauro. Segundo algumas variantes da história, Teseu teria oferecido a coroa como prenda de casamento. Em êxtase pela celebração, Dionísio atirara a coroa ao ar, permanecendo no céu o brilho das jóias que a ornamentavam, na forma da constelação da Coroa Boreal. Outra versão conta que a coroa teria sido colocada no céu por Dionísio, após a morte da sua esposa.
Não possui objectos celestes de particular interesse para o astrónomo amador.
Localizem-se as estrelas da constelação no mapa:
Clicar na imagem para ampliar o mapa |
Mapa com fundo branco
Se está a fazer observações do céu enquanto consulta esta página, desaconselha-se a visualização do mapa abaixo ( não clique na imagem ); a exposição a uma imagem tão clara fá-lo-á perder temporariamente a adaptação dos olhos à obscuridade, reduzindo a capacidade de distinguir pormenores mais finos. Esta adaptação, com o intuito de obter a melhor visão nocturna possível, é essencial nas observações astronómicas e demora cerca de 20-30 minutos a alcançar. A exposição à luz ( ou a um fundo branco ) reverte o processo de forma imediata, obrigando-o a esperar algum tempo para que os seus olhos se adaptem novamente à obscuridade.
Clicar na imagem para ampliar o mapa |
Estrelas mais notáveis:
- α (Alfa), tem o nome próprio Gema, por assinalar a pedra preciosa central da Coroa, embora seja também conhecida como Alphecca, expressão árabe que significa " quebrado ", numa alusão à semelhança entre o desenho semicircular da constelação e um colar partido - esta última denominação tende a ser evitada, pois gera confusões com a estrela Alfa da constelação da Coroa Austral, cujos nomes próprios " Alphecca Meridiana ", " Alfecca ", " Alfecca Meridiana " ou " Alphekka " tentam apresentar uma forma que possa distinguir ambas. É uma dupla física ( a proximidade entre as estrelas que a constituem é real ), impossível de se observar separada nas duas componentes individuais com telescópios amadores. Apresenta uma Magnitude ( global ) de 2.2 e encontra-se a cerca de 75 anos-luz de nós.
- β (Beta), tem o nome próprio Nusakan. A designação, de origem árabe, refere-se às duas " linhas " de estrelas que demarcavam uma constelação tradicional deste povo, não tendo, por isso, qualquer associação com a moderna Coroa. É uma dupla física, impossível de se observar separada nas componentes individuais com telescópios amadores. Apresenta uma Mag. ( global ) de 3.7 e está a cerca de 116 anos-luz de distância.
- γ (Gama), é uma dupla física, impossível de separar nas duas componentes individuais com telescópios amadores. Apresenta uma Mag. ( global ) de 3.8 .
- δ (Delta), é uma gigante amarelada de Mag. 4.6 .
- ε (Épsilon), é uma gigante alaranjada de Mag. 4.1 .
- ζ (Zeta), é uma dupla física, muito bela de se observar com telescópios modestos. Apresenta uma Mag. ( global ) de 5.0 .
Zeta Coronae Borealis |
- ν (Niú), é uma belíssima dupla óptica ( a proximidade entre as estrelas que a constituem não é real, mas fruto da perspectiva ) para quem faz observações com binóculos. Apresenta uma Mag. ( global ) de 5.0 .
Niú Coronae Borealis |
Nesta fotografia anotada, localiza-se a R Coronae Borealis - clicar para ampliar |
_____________________________________________________________________________________________
Sem comentários:
Enviar um comentário