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quinta-feira, 5 de abril de 2012

Columba ( Pomba )


Na ilustração vemos destacadas as constelações do Cão Maior, Lebre e Pomba ( aqui designada " Columba Noachi " - Pomba de Noé ).

Dados da constelação:
Abreviatura oficial:  Col
Genitivo usado para formar o nome das estrelas:  Columbae
Possível de se observar na totalidade entre as latitudes:  46°N – 90°S 
Possível de se observar parcialmente entre as latitudes:  62
°N 46°N
Culminação à meia-noite - data em que passa mais tempo visível à noite:  18 Dez


A Pomba é uma constelação relativamente fácil de localizar por, apesar de ser constituída por estrelas pouco óbvias, se encontrar perto do Cão Maior ( uma das constelações mais simples de se visualizar no céu ) - procurem-se as duas estrelas mais brilhantes de Columba.


Possui uma origem algo complexa e até controversa:
Os primeiros registos conhecidos desta constelação aparecem em 1592 na obra de Petrus Plancius, que a localiza correctamente, usando a mesma designação pela qual hoje em dia a conhecemos, sendo por isso atribuída a sua autoria a este astrónomo holandês. Reforçando esta teoria, aponta-se o facto de Ptolomeu, que compilou os conhecimentos dos Gregos clássicos na sua obra tornada famosa na versão traduzida para árabe - o " Almagesto " - não fazer nela qualquer referência a esta constelação.

No entanto, existem alguns registos que colocam em dúvida a verdadeira origem desta figura celeste, levando a supor que possa ser anterior a Plancius. Certas referências históricas indicam que os Gregos reconheceriam, algures no céu, um asterismo representando uma pomba, para além de que o nome árabe da estrela mais brilhante - " Phact " - atribuído séculos antes da publicação da obra do astrónomo holandês, significa, precisamente, " Pomba ". Por se encontrar tão próxima da antiga constelação de Argo Navis ( actualmente dividida em Quilha, Popa e Vela ), é natural e credível que os Gregos associassem ambas, identificando a Pomba com a ave usada na lenda por Jasão de forma a transpor os Rochedos Azuis, na sua viagem a bordo do Argo em busca do Velo de Ouro - estas rochas eram conhecidas por se fecharem perante a tentativa de passagem de qualquer navio. Jasão libertou a pomba, que percorreu o espaço entre os dois rochedos antes que se cerrassem totalmente sobre ela. Assim que se reiniciou a abertura do estreito, os Argonautas lançaram-se na sua travessia, ganhando tempo até que a armadilha mortal voltasse a fechar-se por completo.
Não seria por isso estranho de todo que o asterismo representando uma pomba a que os Gregos se referiam coincidisse com a figura que associamos à constelação moderna. 
Contra esta teoria, alguns indícios parecem apontar para o facto de que, apesar de referências gregas à figura celeste de uma pomba, esta estaria colocada numa área distinta da actual, talvez na constelação de Coma Berenices.

Devido a todas estas incongruências, torna-se discutível a origem grega da constelação, pelo que se tende a respeitar a hipótese ( esta, bem documentada ) de se atribuir a Plancius a criação de Columba. O astrónomo holandês associava a sua constelação ao episódio bíblico em que Noé soltou uma pomba para saber se já existia terra firme após o Dilúvio, denominando-a " Columba Noachi " ( literalmente, " Pomba de Noé " ) - esta é a única de entre todas as constelações oficiais que se reporta a uma história bíblica. À semelhança da lenda que tenderia a identificar a Pomba com a ave libertada por Jasão, a história associada por Plancius também aproveitava a proximidade da antiga Argo Navis, contando que este barco celeste representava a Arca de Noé.



Objectos celestes mais notáveis:


- NGC 1808 - uma galáxia espiral barrada de Mag. 9.9 , muito difícil de se observar, mesmo com telescópios de 200 mm.











 



- NGC 1851 - um enxame estelar globular de Mag. de 7.5 , difícil de se observar com telescópios modestos.












Localizem-se as estrelas e objectos celestes da constelação no mapa:


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Mapa com fundo branco

Se está a fazer observações do céu enquanto consulta esta página, desaconselha-se a visualização do mapa abaixo ( não clique na imagem ); a exposição a uma imagem tão clara fá-lo-á perder temporariamente a adaptação dos olhos à obscuridade, reduzindo a capacidade de distinguir pormenores mais finos. Esta adaptação, com o intuito de obter a melhor visão nocturna possível, é essencial nas observações astronómicas e demora cerca de 20-30 minutos a alcançar. A exposição à luz ( ou a um fundo branco ) reverte o processo de forma imediata, obrigando-o a esperar algum tempo para que os seus olhos se adaptem novamente à obscuridade.

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Estrelas mais notáveis:


- α (Alfa), tem o nome próprio Phact, do árabe " Al-Fakhita ", significando " a pomba ". É uma gigante azul de Magnitude 2.6 .
- β (Beta), tem o nome próprio Wazn, do árabe, significando " o peso " - a razão desta denominação mantém-se um tanto obscura e controversa; talvez fizesse parte de um asterismo antigo, constituído pelas estrelas Alfa + Beta + Épsilon, identificado com a figura de uma balança de pratos. É uma gigante amarela de Mag. 3.1 a 86 anos-luz de nós.
- γ (Gama), é uma gigante azul-esbranquiçada de Mag. 4.3 .
- δ (Delta), é uma dupla física ( a proximidade entre as estrelas que a constituem é real ) de Mag. ( global ) ligeiramente variável, à volta de 3.8 , impossível de se observar separada nas componentes individuais através de instrumentos ópticos.
- ε (Épsilon), é uma gigante alaranjada de Mag. ligeiramente variável, à volta de 3.8 .
- η (Eta), é uma gigante alaranjada de Mag. ligeiramente variável, à volta de 3.9 .
- μ (Miú), é uma das estrelas conhecidas como " errantes ", por se mover extremamente depressa relativamente à média das estrelas da Via Láctea, estimando-se que se desloque no Espaço a uma velocidade de 117 Km/s em relação à própria galáxia. Presume-se que tenha sido " catapultada " devido à colisão entre duas estrelas binárias. Sendo maior que o nosso Sol, roda sobre si própria num período de 1.5 dias, enquanto a nossa estrela leva 25.4 dias a fazê-lo. É uma anã azulada de Mag. 5.2 - já relativamente difícil de se observar a olho nu.



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