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quinta-feira, 31 de março de 2011

Gliese ( Gl ), Gliese-Jahreiß ( GJ ), HR e HD - planetas com nomes semelhantes


Com a cada vez mais exaustiva e refinada busca de planetas e sistemas planetários fora do sistema solar, é cada vez mais vulgar deparar-mo-nos com planetas e estrelas que partilham este nome " Gliese " . De onde vem esta denominação?...

Wilhelm Gliese (Junho 21, 1915 – Junho 12, 1993) foi um astrónomo alemão que, pela primeira vez, decidiu listar num catálogo todas as estrelas que se encontravam nas nossas redondezas ( até 20 parsecs de distância, ou seja, 65.2 anos-luz - posteriormente a área foi alargada para os 25 parsecs, ou seja, 81.5 anos-luz).  Este catálogo tinha a denominação original " Gliese Catalogue of Nearby Stars " e possuía 915 entradas, em que as estrelas são ordenadas por ascensão recta e em que são usadas casas decimais para adicionar estrelas que não haviam sido descobertas à data da catalogação original. Por exemplo, se for descoberta uma nova estrela entre a Gliese 1 e a Gliese 2, esta será denominada Gliese 1.1 . Estas estrelas são denominadas com o prefixo  " Gl ".
Este catálogo, previsivelmente, evoluiria e teria de englobar cada vez maior número de estrelas.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Coordenadas Equatoriais - Declinação e Ascensão Recta


A necessidade de encontrar um método universalmente reconhecido para assinalar, com precisão, a localização de um lugar na superfície da Terra levou à definição de duas coordenadas - Latitude e Longitude.
A Latitude é usada desde há muito tempo - é medida a partir do Equador ( 0 º ) em direcção aos pólos ( 90 º - valores positivos, em direcção ao pólo Norte ou indicação com a letra " N " / - 90 º - valores negativos, em direcção ao pólo Sul ou indicação com a letra " S " ). A Latitude sempre foi muito útil para os navegadores antigos, porque basta medir-se a elevação da Estrela Polar relativamente ao horizonte para se determinar a Latitude a que nos encontramos ( no caso de nos encontrarmos no hemisfério Sul, é na constelação de Octans que encontramos a referência polar ) . Por exemplo, a cidade de Lisboa encontra-se a ( aproximadamente ) 39º N . Se medirmos, em Lisboa, a elevação angular da Estrela Polar relativamente ao horizonte, verificaremos que esta se encontra ( sempre ) a 39 º de altura.

domingo, 20 de março de 2011

"Precessão dos Equinócios" e "Nutação"


Para além dos movimentos mais conhecidos a que a Terra está sujeita ( Translação - à roda do Sol / Rotação - sobre o seu próprio eixo ), o nosso planeta é também afectado pela "Precessão dos Equinócios" e pela "Nutação".

Precessão é, por definição, um movimento cónico realizado por um corpo, em volta do seu próprio eixo de rotação.
Imagine-se um pião a girar, em cima de uma mesa. No início ele gira sobre o seu próprio eixo e mantém-se "direito" ( o topo e a base do pião apontam sempre para o mesmo ponto ).
No entanto, quando a força que o faz girar diminui ele inclina-se, enquanto continua a girar, num movimento cónico em que o topo e a base começam a descrever círculos.
A Terra, à semelhança de um pião que gira sobre si próprio, está igualmente sujeita à força da gravidade do Sol. A resposta mecânica a estas forças resulta na Precessão dos Equinócios.
Uma das consequências visíveis da Precessão, é o facto de os Pólos da Terra não apontarem sempre para o mesmo ponto do céu.
Ao longo de ciclos de cerca de 26 000 anos de duração, os Pólos da Terra vão apontar para uma série de pontos diferentes que desenham um círculo. Por outro lado, os Equinócios vão acontecendo com o Sol posicionado progressivamente num ponto anterior relativamente às estrelas em plano de fundo - daí a denominação "precessão dos equinócios".
Por exemplo, na altura em que foi identificado o ponto em que o Sol se localizava no equinócio da Primavera ( 21 de Março ), este encontrava-se na constelação de Aries, mas hoje em dia verificamos que nesse dia o Sol se posiciona na constelação de Peixes. A sequência da precessão está a levar esse ponto para a constelação de Aquário e prosseguirá para outras constelações.

domingo, 6 de março de 2011

O que são Asterismos?


Quem goste de estudar, mesmo que de forma breve, assuntos relacionados com Astronomia, é frequentemente confrontado com este conceito, totalmente obscuro para a maioria e aparentemente difícil de se apreender. Na verdade é bastante simples e a sensação de estranheza desvanece-se quando compreendemos o equívoco generalizado gerado pelo uso corrente do conceito de constelação - este costuma ser interpretado no sentido lato, tal como foi empregue ao longo da História até 1930, altura em que, da necessidade de se regulamentar conceitos na Astronomia, passou a estar igualmente associado a uma definição estrita.
Na explicação que se segue, pretende-se tornar clara a distinção entre os conceitos de asterismo e de constelação, pelo que ambos são usados no sentido estrito. 

Asterismo é um conjunto de estrelas que, unidas de forma imaginária, nos faz lembrar uma figura desenhada no céu. É desta forma que imaginamos, por exemplo, um animal ( um escorpião, um urso, um caranguejo ou touro ), um objecto ( uma cruz, uma balança, um octante, uma coroa ), uma figura geométrica ( um triângulo, um quadrado ), um animal mítico ( um dragão, uma fénix ), uma figura humana associada a uma personagem mitológica ( Hércules, Cassiopeia, Andrómeda ), entre outras.

Na imagem acima observamos vários asterismos, entre os quais, ao centro, o asterismo que nos lembra a figura de um escorpião

Aqui observamos várias figuras que associamos a grupos de estrelas e que ilustram o que imaginamos ao unirmos as estrelas que compõem cada um desses conjuntos - ao centro, a figura do escorpião

E é neste ponto que o leigo, quando aponta um desenho imaginado num conjunto de estrelas diz que está a indicar ou a ver uma constelação, fazendo uso do sentido lato do conceito. No sentido estrito, está a apontar, não uma constelação, mas um asterismo.
Na verdade, uma constelação é uma área do céu contida em fronteiras precisas, definidas e delineadas pela União Astronómica Internacional, que não faz lembrar qualquer figura, antes se assemelha a uma peça de um puzzle, com formas mais ou menos rectilíneas. Contido nessa área do céu a que se chama constelação, encontra-se o asterismo a que o leigo se refere como sendo uma " constelação ".

Nesta imagem está destacada a constelação do Escorpião
Não que o erro seja grave, ou que se pretenda com isto apelar a uma mudança de atitude, pois os próprios astrónomos fazem uso dele, de forma a expressarem-se num discurso mais claro e acessível a todos, mas esta abordagem torna confusa a compreensão dos conceitos em causa ( constelação versus asterismo ). Em situações particulares, compreensíveis para quem tem mais conhecimentos de Astronomia, torna-se imperativo o recurso ao sentido estrito do conceito de constelação, mas de uma forma geral o sentido lato justifica-se, e é até preferível, de forma a não gerar equívocos.

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