Dados da constelação:
Abreviatura oficial: Sge
Genitivo usado para formar o nome das estrelas: Sagittae
Possível de se observar na totalidade entre as latitudes: 90°N – 69°S
Possível de se observar parcialmente entre as latitudes: 69°S – 73°S
Culminação à meia-noite - data em que passa mais tempo visível à noite: 16 Jul
Apesar de parecer insignificante perante tantas outras, a Seta é uma constelação bastante antiga, associada a esta figura por várias culturas ancestrais. É relativamente fácil de se localizar no céu, pois apesar de não conter estrelas muito brilhantes estas formam um desenho identificável, de forma óbvia, com uma seta. O facto de ser uma figura pouco extensa contribui, neste caso, para que seja facilmente reconhecível - como referência na sua localização podemos usar a proximidade da brilhante estrela da constelação vizinha da Águia, denominada Altair.
Por ser de origem muito antiga, está associada a várias lendas originárias de culturas distintas, sendo mais célebres as que fazem parte da mitologia Greco-Romana:
Para os Gregos, a Seta teria sido disparada por Apolo que, como vingança pela morte do seu filho Asclépio ( representado no céu pela constelação de Ofiúco ) por Zeus, matou com as suas setas os Ciclopes que forjavam os relâmpagos usados pelo líder dos deuses do Olimpo.
Noutra lenda grega, a Seta teria sido disparada por Héracles ( Hércules, para os Romanos ) em direcção à águia enviada por Zeus para castigar Prometeu. Esta personagem mítica era um dos Titãs ( raça inimiga dos deuses do Olimpo ), responsável pela criação da espécie humana, a quem havia igualmente revelado o segredo do controlo do fogo, roubado por Prometeu aos deuses Olímpicos. Por esse episódio, Zeus ordenou que fosse acorrentado no cume de um monte para que a águia do líder dos deuses lhe comesse, todos os dias, o fígado. Sendo Prometeu imortal, o seu corpo regenerar-se-ia e o suplício prosseguiria eternamente. Quando Héracles atingiu acidentalmente o seu tutor Quíron ( líder dos Centauros ) com uma seta envenenada, este renunciou à sua imortalidade e ofereceu-se para tomar o lugar de Prometeu, de forma a terminar o sofrimento de ambos. Coube a Héracles matar a águia com uma das suas flechas e concluir todo o episódio.
Uma terceira lenda ( de entre outras mais ) conta que a Seta teria sido disparada por Eros, deus grego da sensualidade, acertando em Zeus e provocando o seu desejo pelo jovem Ganímedes. A proximidade da Seta com a constelação da Águia, que é representada transportando Ganimedes para levá-lo a Zeus ( ou, nalgumas interpretações do mito, identificada com o próprio Zeus, metamorfoseado em Águia ), pretende ser a prova da relação entre estas duas constelações, justificando esta versão.
Objectos celestes mais notáveis:
- M 71 - um enxame estelar globular de Mag. 8.2 observável, com alguma dificuldade, através de telescópios modestos.
Localizem-se as estrelas e objectos celestes da constelação no mapa:
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Mapa com fundo branco
Se está a fazer observações do céu enquanto consulta esta página, desaconselha-se a visualização do mapa abaixo ( não clique na imagem ); a exposição a uma imagem tão clara fá-lo-á perder temporariamente a adaptação dos olhos à obscuridade, reduzindo a capacidade de distinguir pormenores mais finos. Esta adaptação, com o intuito de obter a melhor visão nocturna possível, é essencial nas observações astronómicas e demora cerca de 20-30 minutos a alcançar. A exposição à luz ( ou a um fundo branco ) reverte o processo de forma imediata, obrigando-o a esperar algum tempo para que os seus olhos se adaptem novamente à obscuridade.
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Estrelas mais notáveis:
- α (Alfa), tem o nome próprio Sham, do árabe, significando " Seta ". É uma gigante amarela de Magnitude 4.4 .
- β (Beta), é uma gigante amarela de Mag. 4.4 .
- γ (Gama), é uma gigante vermelha de Mag. 3.5 . Apesar de estar associada à 3ª letra do alfabeto grego, é a estrela mais brilhante da Seta - o que parece contrariar a classificação ordenada de Bayer segundo o alfabeto grego. Na verdade, apesar de ser habitual referir-se que o método adoptado pelo astrónomo alemão, e seguido por astrónomos posteriores, consistia na ordenação das estrelas de cada constelação por ordem de brilho, em rigor o processo não era tão linear assim.
- δ (Delta), é uma dupla física ( a proximidade entre as estrelas que a constituem é real ) impossível de se observar separada nas componentes individuais com instrumentos ópticos. O par é dominado por uma gigante vermelha e apresenta uma Mag. ( global ) de 3.7 , igualmente suplantando, em brilho, as estrelas Alfa e Beta desta constelação.
- θ (Teta), é uma dupla física muito fácil de se observar separada nas duas componentes individuais através de telescópios modestos. Instrumentos de abertura média ou superior mostrarão uma terceira componente, mas a proximidade com o sistema duplo é apenas fruto da perspectiva. Apresenta uma Mag. ( global ) de 6.0 , pelo que é bastante difícil de se localizar à vista desarmada, mesmo num céu escuro.
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