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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Ara ( Altar )


Na ilustração, estão destacadas as constelações de Ara ( Altar ) ( ao centro ), Pavão ( Pavo ) ( em baixo, do lado esquerdo ) e Triângulo Austral ( em baixo, do lado direito ).


Dados da constelação:
Abreviatura oficial:  Ara
Genitivo usado para formar o nome das estrelas:  Arae
Possível de se observar na totalidade entre as latitudes:  22°N – 90°S 
Possível de se observar parcialmente entre as latitudes:  44°N – 22°N 

Culminação à meia-noite - data em que passa mais tempo visível à noite:  10 Jun


A constelação de Ara ou Altar é muito antiga, fazendo parte da mitologia grega e romana. Para os Gregos, representava o altar no qual os deuses do Olimpo trocaram votos de união antes da batalha contra os Titãs. Segundo esta lenda, o Titã Cronos havia deposto o seu progenitor, Úrano, e reinava sobre o universo juntamente com os seus irmãos. Para que nenhum dos seus filhos lhe fizesse o mesmo, Cronos engolia-os à nascença mas a sua esposa, Reia, não suportando mais esta situação, escondeu Zeus para que não sofresse semelhante destino. Já adulto, Zeus enfrentou o seu pai, fazendo-o vomitar todos os outros irmãos e aliando-se a eles numa batalha contra os Titãs. No altar, representado pela constelação de Ara, juraram união e fidelidade e iniciaram então a guerra pela supremacia sobre o universo. Tendo-se gerado um impasse devido ao equilíbrio de forças entre ambos os exércitos, Zeus viu-se forçado a libertar duas raças de Titãs, aprisionados no Tártaro por Cronos, formando uma aliança com os Hecatônquiros e os Ciclopes. Com a ajuda destes os deuses do Olimpo conseguiram finalmente derrotar os Titãs, pelo que Zeus teria colocado o Altar no céu em eterna gratidão para com os seus aliados.

Outra versão desta história refere que o Altar teria sido construído pelos Ciclopes, para  que nele fossem realizadas as oferendas aos deuses Olímpicos. Em paralelismo com esta última variante da lenda, e devido à sua proximidade com a constelação do Centauro, representando o líder destes, Quíron, transportando um lobo ( constelação do Lobo ou Lupus ) trespassado com a sua lança, presumivelmente para sacrificá-lo no Altar, Ara é também vista como sendo o Altar em que os Centauros faziam as suas oferendas aos deuses do Olimpo.
Esta constelação só começa a ser visível na sua totalidade a partir de latitudes 22º Norte ou mais para Sul, pelo que é considerada uma constelação do hemisfério Sul. No entanto possui uma lenda grega associada, pois este povo conseguia visualizar parte das estrelas que a compõem em certas alturas do ano, sempre próximas do horizonte a Sul, especialmente quando navegavam pelo Mediterrâneo para latitudes mais a Sul da sua terra natal. Por esta razão, Ara foi ficando associada à crença de que, quando o Altar se mostrava e surgia encoberto por nuvens, uma tempestade se lançaria sobre os navegantes, vinda do Sul.

 Apesar de não ser constituída por estrelas particularmente brilhantes, e por isso relativamente difícil de se encontrar no céu, o Altar pode ser localizado pela proximidade de constelações mais óbvias, como o Triângulo Austral e, especialmente, Escorpião.


 

Objectos celestes mais notáveis:



- NGC 6193 - um enxame estelar aberto de Mag. 5.6 , observável com binóculos.


- NGC 6208 - um enxame estelar aberto de Mag. 7.2 , observável com binóculos, mas mais interessante com telescópios.


- NGC 6397 - um enxame estelar globular de Mag. 6.6 , observável com binóculos. É o objecto celeste mais célebre desta constelação e, apesar de algumas incertezas relativamente à distância de ambos, provavelmente o 2º enxame estelar globular mais próximo de nós ( a cerca de 7 200 anos-luz ), logo a seguir ao M 4 ( na constelação do Escorpião ). 















Localizem-se as estrelas e objectos celestes da constelação no mapa:


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Mapa com fundo branco

Se está a fazer observações do céu enquanto consulta esta página, desaconselha-se a visualização do mapa abaixo ( não clique na imagem ); a exposição a uma imagem tão clara fá-lo-á perder temporariamente a adaptação dos olhos à obscuridade, reduzindo a capacidade de distinguir pormenores mais finos. Esta adaptação, com o intuito de obter a melhor visão nocturna possível, é essencial nas observações astronómicas e demora cerca de 20-30 minutos a alcançar. A exposição à luz ( ou a um fundo branco ) reverte o processo de forma imediata, obrigando-o a esperar algum tempo para que os seus olhos se adaptem novamente à obscuridade.

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Estrelas mais notáveis:


- α (Alfa), é por vezes denominada Choo ( " taco " ou " bastão " ), nome atribuído pelos antigos Chineses. É uma anã azulada de Magnitude 2.9 .
- β (Beta), é uma supergigante avermelhada de Mag. 2.8 .
- γ (Gama), é uma dupla física ( a proximidade entre as componentes é real ) de Mag. ( global ) 3.3 , que exige telescópios de abertura média ou superior para que possa ser observada separada nas suas duas constituintes individuais.
- δ (Delta), é uma estrela azulada de Mag. 3.6 .
- ζ (Zeta), é uma gigante alaranjada de Mag. 3.1 .
- η (Eta), é uma estrela dupla cuja natureza ainda não se conseguiu provar: possui uma companheira de brilho muito mais fraco, muito difícil de se observar com instrumentos ópticos, à qual poderá estar ligada pela gravidade ( o que a tornaria numa dupla física - a proximidade entre as componentes é real ) ou apenas relacionada pela perspectiva ( o que fará dela apenas uma dupla óptica ), de Mag. ( global ) 3.8 .
- θ (Teta), é uma supergigante azulada de Mag. 3.6 .
- μ (Miú), é uma anã amarelada ( assim como o nosso Sol ). Encontra-se a apenas 50 anos-luz de distância e apresenta uma Mag. de 5.1 , pelo que só é visível a olho nu em céus escuros. Como curiosidade, refira-se que possui na sua órbita pelo menos 4 planetas, 3 dos quais são planetas gasosos parecidos com Júpiter, presumindo-se que um deles seja um planeta rochoso com algumas semelhanças com a Terra.





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